HISTÓRIAS
Tema Umbanda

Umbanda


Origem da Umbanda


A Umbanda é uma religião brasileira que surgiu de vários elementos da religião católica, dos povos europeus, das crenças ameríndias dos índios e as religiões de matriz africana. Formada no início do século XX no sudeste do Brasil. O sincretismo começou a se formar no momento em que os católicos deram início à catequização de índios e negros. A ideia era apagar as crenças dos povos escravizados para inserir as suas. Hoje a Umbanda é considerada uma "religião brasileira por excelência" com um sincretismo que combina o Catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena.

O dia 15 de novembro de 1908, já considerado pelos adeptos como a data do surgimento da Umbanda, foi oficializado no Brasil em 18 de maio de 2012 pela Lei 12.644. Em 8 de novembro de 2016, após estudos do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a Umbanda foi incluída na lista de patrimônios imateriais, por meio de decreto.

História da Umbanda


No final de 1908 um jovem rapaz com 17 anos de idade, prestes a ingressar na Marinha, começou a sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos. Esse jovem camado de Zélio Fernandino de Morais, tinha a postura de um velho dizendo coisas incompreensíveis, em outros momentos se comportava como um felino. Um médico da família após examinar Zélio por vários dias, recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico, que era da família, dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. A crença da época, fazia acreditar que pessoas com esse tipo de problema estavam endemoniado e então o médico aconselhou a encaminhá-lo a um padre.

Um amigo da família, que havia sido curado de uma estranha paralisia, em uma Federação Espírita, sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão, tomando um lugar à mesa. Iniciada a sessão, Zélio, tomado por uma força desconhecida, levantou-se dizendo: “Aqui está faltando uma flor!” e, contrariando as normas que não permitem o afastamento de qualquer integrante da mesa durante a sessão, foi ao jardim e voltou portando uma rosa branca, que colocou sobre a mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Resml-4elecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios. O diretor dos trabalhos alertou os espíritos sobre seu atraso espiritual, convidando-os a sair da sessão quando uma força tomou conta de Zélio e disse:

“Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?”

A resposta manifestada através de Zélio foi:

"Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como Caboclo brasileiro."

“(...)se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho (Zélio), para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome, que seja Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.” No dia seguinte, a casa de Zélio recebeu membros da Federação Espírita, parentes, amigos e desconhecidos, e às 20h o Caboclo das Sete Encruzilhadas se manifestou em Zélio e declarou que, a partir daquele momento, uma nova religião se iniciava, onde os espíritos de índios e de negros escravos poderiam trabalhar ajudando seus irmãos encarnados, independentemente da sua cor ou posição social. O Caboclo das Sete Encruzilhadas esml-4eleceu normas como a prática de caridade, cuja base se fundamentaria no Evangelho de Cristo e seu nome "Allabanda", substituído por "Aumbanda", e posteriormente se popularizando como "Umbanda". O grupo fundado naquela noite pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, pois a tenda acolheria os que a ela recorressem em busca de ajuda.

Abaixo temos mais informações sobre a Umbanda. Texto que foi retirada do site: wikipedia.org

No ano de 1918, fundaram-se sete tendas para a propagação da Umbanda: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge e Tenda Espírita São Gerônimo. Até a morte de Zélio em 1975, mais de 10.000 templos foram fundados além destes iniciais.

Em 1939 com o objetivo de acabar com polêmicas e na tentativa de uma unificação foi criada a União Espírita de Umbanda do Brasil. A partir desse momento, somente as práticas que seguiam os fundamentos propostos pelo Caboclo Sete Encruzilhadas passaram a ser consideradas como umbandistas.

Em 1940, o escritor Woodrow Wilson da Matta e Silva apresentou a Umbanda como ciência e filosofia, criando então a Escola Iniciática da Corrente Astral do Aumbhandan, a "Umbanda Esotérica" na Tenda Umbandista Oriental, em Itacuruçá, no Rio de Janeiro. Mesmo após as tentativas de unificação, nas décadas de 40, 50 e 60 ainda existiam inúmeros terreiros no Rio de Janeiro não vinculados à União Espírita de Umbanda do Brasil, principalmente por discordarem das normativas propostas pela federação e por serem consideradas atividades isoladas. Estes terreiros realizavam práticas ritualistas sob a denominação de Umbanda, por exemplo a Tenda Espírita Fé, Esperança e Caridade e Pai Luiz D'Ângelo, praticante do segmento Umbanda de Almas e Angola.

Em 1941 a UEUB organizou sua primeira conferência, o I Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda como forma de tentar definir e codificar a Umbanda como uma religião em direito próprio e como uma religião que une todas as religiões, raças e nacionalidades. A conferência também promoveu uma dissociação das tradições afro-brasileira. Os participantes concordaram em fazer uso das obras de Allan Kardec como fundação doutrinária da Umbanda, ao mesmo tempo que se dissociavam das outras tradições religiosas afro-brasileiras. Ainda assim, os espíritos fundadores da Umbanda, os Caboclos e os Preto Velhos ainda foram mantidos como espíritos altamente evoluídos.

Em termos gerais, os participantes do Congresso se esforçaram em legitimar a Umbanda como uma religião altamente evoluída, por exemplo, afirmando que a Umbanda já existia como uma religião organizada há bilhões de anos,[carece de fontes] estando então à frente de todas as outras religiões. Como parte desses esforços em definir a Umbanda como uma religião original e altamente evoluída, os participantes procuraram remover suas raízes africanas e afro-brasileiras, rastreando a origem da Umbanda até o Oriente,[carece de fontes] de onde supostamente se espalhara para Lemúria e subsequentemente para a África. No continente africano, a Umbanda teria se degenerado em fetichismo, e nessa forma foi trazida ao Brasil pelos escravos. A influência africana na Umbanda não foi de todo rejeitada. No entanto, a sua importância sofreu devido a percepções de corrupção da tradição religiosa original, como uma fase de retrocesso em sua evolução; a Umbanda foi exposta ao barbarismo na forma de costumes vulgares e praticada por pessoas com "costumes rudes e defeitos psicológicos e étnicos". Outra forma de lidar com o caráter africano da Umbanda foi exposto na compreensão que se originou na África, porém na África Oriental (Egito), sendo então da parte mais "civilizada" do continente.

Um dos objetivos da conferência foi então rastrear as raízes "genuínas" da Umbanda até o Oriente; a invenção das raízes orientais juntamente com a rejeição das africanas,foi refletida na definição do termo "umbanda", que é de outro modo geralmente acreditado ser derivada do idioma Banto. Declarou-se que "umbanda" vinha das palavras do sânscrito aum e bhanda, termos que foram traduzidos como "o limite no ilimitado", "Princípio divino, luz radiante, a fonte da vida eterna, evolução constante".

A partir da década de 1950, os setores mais humildes da população umbandista composta por negros e mulatos começaram a contestar o distanciamento da Umbanda das práticas africanas. A "umbanda branca" se opunha à tendência de recuperar os valores africanos presentes na religiosidade popular.

O segundo congresso ocorreu em 1961 evidenciando o crescimento da religião que teve sua imagem reconstruída pela imprensa, milhares de devotos compareceram ao Maracanãzinho com representantes de vários estados e a presença de políticos municipais e estaduais. O jornal O Estado de S. Paulo noticiou a realização do congresso no Rio de Janeiro afirmando que a "preocupação central do Congresso parece ser a elaboração de um código que orientará a feitura de uma Carta Sinódica da Umbanda". No mesmo ano, o jornal Diário de S. Paulo publicou uma grande reportagem com o título "Saravá meu Pai Xangô, Saravá Mamãe Oxum", onde o jornalista descreve uma "sessão assistida pelos repórteres a convite do deputado gaúcho Moab Caldas".

No terceiro congresso realizado em 1973 a Umbanda afirmou-se em definitivo como uma religião expressiva no campo das atividades assistenciais, além dos centros onde ocorriam as atividades espirituais, a religião contava com escolas, creches, ambulatórios etc articuladas em torno da missão de promover a caridade e a ajuda.

Na década de 1980 a Umbanda teve seu auge ao ser declarada como religião de muitas personalidades como os cantores Clara Nunes, Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Baden Powell, Bezerra da Silva, Raul Seixas, Martinho da Vila entre outros. Na década de 1990 a Umbanda e outras religiões de matrizes africanas foram alvo do crescente neopentecostalismo brasileiro. Nessa época também fundou-se a Faculdade de Teologia Umbandista, mantida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino fundada por Rigas Neto na Água Funda, São Paulo.

A Umbanda possui algumas ramificações, caracterizadas por diferenças em rituais, métodos, hierarquia, etc. Entre as vertentes mais conhecidas estão:

  • Umbanda tradicional: criada por Zélio Fernandino de Morais, se baseia nos princípios da caridade e da fraternidade. É fundamentada em três entidades iniciais que são os Caboclos, os Preto-Velhos e as Crianças. Esta vertente originalmente não é adepta das práticas africanas.
  • Umbanda de almas e angola: além da Umbanda tradicional, se utiliza de ritos africanos.
  • Umbanda branca ou Umbanda de mesa: voltada ao Espiritismo com doutrinas baseadas na conduta kardecista. Não trabalha diretamente com Exús, pombo-giras nem se utilizam de fumo, álcool, imagens e aml-4aques.
  • Umbanda de caboclo: tem influência da cultura indígena brasileira, trabalhando com Caboclos. Não trabalha com orixás.
  • Umbanda omolocô: do culto africanista aos orixás aos Guias e Linhas da Umbanda.
  • Umbanda esotérica: seu maior difusor foi W.W. da Matta e Silva (Mestre Yapacany), considerada como um conjunto de leis divinas.
  • Umbanda iniciática: derivada da Umbanda esotérica, foi fundada por Pai Rivas (Mestre Umbanda Yamunisiddha Arhapiagha), com influência Iniciática oriental,como uso de mantras indianos e do Sânscrito.
  • Umbanda traçada: A Umbanda continuou ao longo do tempo crescendo e o seu conhecimento sendo levado aos mais variados locais, com isso foi se agregando conhecimentos locais de onde se era cultuada. Desta forma foram sendo agregados rituais e cultos de diferentes formas, por isso o nome Umbanda Traçada.
  • Hino da Umbanda


    Refletiu a luz divina

    Com todo seu esplendor

    Vem do reino de Oxalá

    Onde há paz e amor

    Luz que refletiu na terra

    Luz que refletiu no mar

    Luz que veio de Aruanda

    Para tudo iluminar

    A Umbanda é paz e amor

    É um mundo cheio de luz

    É a força que nos dá vida

    E a grandeza nos conduz.

    Avante filhos de fé,

    Como a nossa lei não há...

    Levando ao mundo inteiro

    A Bandeira de Oxalá !

    Levando ao mundo inteiro

    A Bandeira de Oxalá !

    Hierarquia


    A hierarquia na Umbanda pode variar dependendo da quantidade de membros de modo que pode se dividir em um grupo administrativo e grupo espiritual, além de variar de acordo com o tipo de Umbanda (de nação, Esotérica etc).

    Pai de santo e mãe de santo: responsáveis por toda a atividade que ocorre no terreiro. Reaponsável por passar ensinamentos e doutrinas aprendidas e passadas pelos guias chefes da casa.

    Pai-menor e mãe-menor: têm os mesmos conhecimentos que o pai de santo ou mãe de santo dentro do terreiro e participam de todos os rituais, também são responsáveis por todas as atividades que ocorrem no terreiro na ausência dos pai de santo ou mãe de santo,

    Ogãn: não realiza encorporação e é responsáveil por cantar, tocar aml-4aques e ajudar o pai de santo ou mãe de santo nas sessões, chamando as entidades e os Orixas. Também é responsável por ajudar o pai de santo e mãe de santo nas atividades internas do terreiro.

    Cambona: não realiza encorporação e é responsáveil em auxiliar as entidades como intérprete entre a entidade e o consulente. Também é responsável pelos afazeres da cozinha. No momento em que o guia chefe está em terra, é também responsável por ajudar na organização a sessão, indicando ao consulente em que momento o consulente poderá entrar para se consultar e com qual entidade poderá falar.

    Médiuns: é responsável por ajudar o ogãn a cantar, a bater palmas, na arrumação do terreiro e ajudar a cambona nos seus afazeres quando for necessário. Os médiuns se dividem em hierarquias. Esta hierarquia, depende dos preceitos e obrigações que cada médio já passou dentro do terreiro.

  • Médium iniciante: médiuns que ainda não incorporam, sendo às vezes colocados para ajudar a cambona nos seus afazeres até adquirirem experiência.
  • Médium em desenvolvimento: médiuns em processo de desenvolvimento na encorporação. Médium ainda não preparado para seus guias darem consultas. Médium que ainda não passou por preceitos e obrigações.
  • Médium de trabalho, médium feito ou médium coroado: médiuns que seus guias são autorizados a prestam consultas nas giras de atendimento e já passaram por todos os preceitos e obrigações (batismo, amaci e coroação).
  • Entidades


    As entidades que trabalham na Umbanda são organizados em linhas ou falanges de uma forma quase militar. Cada linha ou falange são mensageiros dos Orixá. Trazem ensinamentos, ajudando a nós encarnados, a nos tornarmos pessoas melhores e realizam curas quando se é possível. Existem várias linhas ou falanges que se apresentão na Umbanda as mais conhecidas são:

  • Caboclos: eles são seres de Luz que agem na direita, através da Linha de Oxóssi. Por isso carregam a energia de grandes guerreiros que procuram sempre na mata a melhor maneira de esml-4elecer os processos naturais de cura. Trazem riquezas de detalhes a humildade e espiritualidade, eles atuam nos terreiros em diversas vibrações, cada um da sua maneira originária.Não gostam muito de falar ou opinar sobre o amor, visto que os valores tribais desconhecem a forma romântica e urbana com a qual lidamos com o amor. Preferem dar lições, caminhos e conforto baseados em sua sabedoria da alma humana. Em um atendimento com os Caboclos, espere por respostas diretas e precisas, seus passes transmitem uma forte energia ligada à natureza de onde provém toda sua essência. Saiba que você receberá conselhos que puxam o máximo do seu verdadeiro “eu”, procurando sempre o real sentido do que significa ser feliz e viver em harmonia com o ambiente total, pois essa é a fonte de toda cultura indígena.
  • Boiadeiro: É uma classe de espíritos que tem como principais funções recolher espíritos obsessores, quiumbas, e também atuar na limpeza energética nos terreiros. Essas entidades de linha intermediária trabalham no auxílio de consulentes, tanto nas giras de esquerda como nas de direita. Geralmente essas entidades atuam com a irradiação de Ogum e Iansã, mas também são vistos boiadeiros ligados a Oxóssi. Trazem normalmente ensinamentos do quanto tudo dá certo e de como viver uma vida mais rica e plena através da força de vontade. São entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro etc. Representam a própria essência da mistura do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. Estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos na Umbanda, por isso se manifestam em giras de Caboclos.
  • Pretos Velhos: são entidades que se apresentam como velhos africanos que viveram nas senzalas, em sua vida como encarnados, viveram como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. A Linha para a qual trabalha está direcionada ao mistério Ancião, e tem como fundamento proporcionar a evolução dos seres. Em seu atendimentos ele abre o caminho, limpando a mente, físico e espírito de cada um, o colocando no caminho correto para a felicidade por meio da compreensão.
  • Baianos: pertencem a Linha das Almas como os Pretos Velhos e estão bastante próximos do nosso tempo, representando uma linha de conforto. São espíritos alegres, brincalhões e descontraídos. Em seus rituais, é normal que apreciem mais dançar e girar com os próprios passos. Representam a força daqueles que ficam à margem da sociedade, e que sofreram e aprenderam na “escola da vida” e, portanto, podem ajudar as pessoas. O reconhecido caráter de bravura e irreverência do nordestino migrante parece ser responsável pelo fato de os baianos terem se tornado uma linha de entidades de grande importância nas giras de todo o país, nos últimos anos. Povo de fácil relacionamento, comumente aparece em giras de Caboclos e Pretos-Velhos, sua fala pode ser mais fácil de se entender que a fala dos caboclos. Conhecem de tudo um pouco e, por isso, podem trabalhar desfazendo feitiços. Enfrentam os invasores (kiumbas, obsessores) de frente, chamando para si toda a carga a ser neutralizada. Buscam sempre o encaminhamento e doutrinação, mas quando o kiumba não aceita e insiste em perturbar algum médium ou consulente, então o Baiano se encarrega de “amarrá-lo” para que não mais perturbe ou até o dia que tenha se redimido e queira realmente ser ajudado.
  • Criança ou Erê: são entidades de evolução incontestável pertencentes a espiritualidade. Descem nos templos de Umbanda, Candomblé, tradições esotéricas e até mesmo em casas espíritas. Trazem em si uma alegria toda peculiar de sua falange. Gostam de brincar, cantar e dançar, mas na verdade são grandes trabalhadores da espiritualidade maior. É o intermediário entre a pessoa e seu Orixá, é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si, reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do Orixá. São ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos, o germinar das plantas, etc.
  • Exus: são entidades que pode estar em diversos níveis de luz, e que auxiliam os trabalhos espirituais, incorporando ou não nos médiuns, enquanto trabalham na lei divina. Corresponde à vibração energética de um espírito que já conheceu as profundezas do mal e do apego à matéria e agora decidiu trabalhar apenas para a Luz. Sendo assim, nada mais indicado que um Exu para cuidar das questões cármicas mais sérias e materiais dos homens e para protegê-los daqueles que ainda não decidiram caminhar para o bem e para a luz. Os Exus são os Senhores do Karma. Conhecem o bem e o mal de perto e ainda vibram em uma frequência próxima à matéria, sendo os primeiros a nos ajudar com questões materiais. Portanto, é possível que exista Exu na Umbanda não-doutrinados e que podem fazer o Mal. Porém, muitas vezes não é nem porque querem, e sim porque obedecem fielmente a lei do Karma.
  • Pombo Giras: assim como os Exus, são entidades que pode estar em diversos níveis de luz, e que auxiliam os trabalhos espirituais, incorporando ou não nos médiuns, enquanto trabalham na lei divina. Em quanto Exu tem uma vibração masculina a Pombo Gira tem uma vibração femenina. São espíritos de mulheres que em vida foram prostitutas, ou mulheres ligadas aos prazeres das coisas carnais, e que ao morrer se transformaram em entidades espirituais que voltaram para evoluir ajudando os outros. São especializadas em amor e relacionamentos. São guardiãs do comportamento humano, das casas, das aldeias e ect.
  • Malandros: essas entidades são de muita luz e muitas vezes confundida como Exu. Malandros não são Exus, mas se manifestam em giras de várias linhas, ou em giras exclusivas para elas, isso depende do terreiro que eles vem trabalhar. Podem se manifestar em giras de Exu, Baianos e Preto Velhos. O representante maior desta falange e mais conhecido é o Zé Pelintra, considerado o espírito patrono dos bares, locais de jogo e sarjetas. Esta linha trabalha na vibração de Ogum, abrindo caminhos e ajudando a todos a se tornarem pessoas melhores com seus ensinamentos, porém também podem trabalhar na vibração de Oxalá, quando trabalham com cura. Essa linha surgiu na Região do Nerdeste do Brasil vindo de uma crença denominada Catimbó. Catimbó é considerado a linha de trabalho dos malandros.
  • Marinheiros: são entidades de luz que estão entre nós, guiando as nossas rotas e harmonizando a nossa vida. Eles são conhecidos por levar tudo o que não presta, todas as nossas aflições, medos e desesperos, tudo para o fundo do mar. Eles trabalham na Linha de Iemanjá ou de Omulu (com Iemanjá), isso distingue um grupo do outro embora ambos possuam influência total da energia da Rainha do Mar. Por estarem ambos no Trono da Geração, os Marinheiros de Iemanjá (que é pólo positivo e irradia energia, da calunga grande: o Oceano) levam essas boas vibrações aos seus filhos, distribuindo assim o amor da Mãe das Águas para todos aqueles que necessitam de seu amparo. Já os Marinheiros que estão sob serventia de Omulu (que é pólo negativo, absorve energia , calunga pequena: o cemitério), trabalham na absorção da energia negativa e principalmente na travessia tranquila do espírito para o Reino dos Mortos. procura encontrar a harmonia que não pode praticar enquanto vivo. Ele representa um tipo de pessoa que teve várias adversidades durante a vida e que a maior parte dela foi em devoção aos mares. Portanto, espere por boas vibrações, que são na maioria das vezes tranquilas e que te invadirão de paz, uma sensação de verdadeira limpeza do espírito. É importante apontar que para esse Guia chegar a exercer suas atividades, ele precisa de muito preparo pois no mar ele tem que aprender a lidar com a energia de praticamente todos os Orixás para encontrarem esml-4ilidade, ou seja, são as forças naturais presentes naquele ambiente que devem ser respeitadas para o alcance de equilíbrio, estão dentre elas: os tufões de Iansã, as correntes marinhas de Ogum, os raios de Xangô, os bancos de areia de Omulu e a calmaria de Oxalá por exemplo.